Entrevista com o The Pambazos Bros.
2 Comentários Publicado por Daniel Lopes em 18 de julho de 2007 em Entrevistas, Espetáculos, Eventos, Geral, Grupos, Teatro, Teatro do Pé.Há alguns anos atrás, dois amigos uruguaios tiveram um grande senso de oportunidade. Eles perceberam que se tirassem fotos de turistas montados em um lindo cavalo, e os turistas caracterizados de Emiliano Zapata, o grande líder revolucionário mexicano, poderiam levantar uma boa grana. Juntaram suas parcas economias e migraram do Uruguai para o México, para a realização desse grande empreendimento. Para o azar deles, o mercado de comercialização de eqüinos tinha muita procura e pouca oferta, com elevadas altas nos preços, o que descaracterizou um pouco o sonhado negócio, tiveram de abrir mão do cavalo para adquirir um não tão belo burro. O negócio deu tão certo, tão certo que hoje em dia eles são atores, integrantes do grupo de circo-teatro The Pambazos Bros. O fracasso com o negócio de Zapata frustrou muitos turistas que até hoje vagueiam pela Cidade do México procurando e perguntando – Mas cadê aqueles dois que tiravam fotos da gente sobre um burro?
Aqui reproduzimos a entrevista que o Blog Teatro do Pé realizou com Jorge Zargazazú, Diego Martinez, os dois amigos uruguaios, após duas apresentações seguidas do The Pambazos Bros, na friorenta sexta-feira 13 de julho de 2007 que marcou a abertura da Mostra SESC-Santos de coletivos teatrais.
Teatro do Pé – O que é o The Pambazos Bros, artisticamente?
Jorge Zargazazu – É um grupo que pesquisa teatro de rua, pesquisa a interação com a platéia, improvisação e trabalha com ferramentas circenses.
Pé – O que é o “La Mutante Varieté”?
Diego Martinez – É uma idéia que surgiu…, para falar dos circos do começo do século passado, que tinham como atração os “freaks”. Eles tinham a tradição dos freaks. Depois se tornou ilegal fazer isso. Tinham as irmãs siamesas e umas coisas estranhas. Nós revisitamos esse universo com humor. Nós fizemos os “freaks” só que de maneira engraçada. Basicamente é isso.
Pé – E o Magika Merluza?
J.Z – Magika Merluz é um espetáculo de mágica, de… mágica, de…mágica (risos) é isso, é Mágica Merluza.
Pé – A origem de vocês foi do teatro para o circo ou do circo para o teatro?
J.Z – Foi do circo para o teatro, na verdade antes de mergulharmos no circo, nós já havíamos experimentado o teatro, mas foi com o circo que começamos a trabalhar efetivamente.
Pé – Qual que é o referencial artístico do The Pambazos Bros?
D.M – Nós temos uma característica, que é basicamente a característica do teatro de grupo, que nós começamos trabalhando. Antes de receber muita informação nós saímos a rua. Saímos a rua, para fazer…e fazer. Aí era ensaio e erro, testando. Fazíamos de cinco a seis apresentações em um sábado. Aí fomos aprendendo. Depois que já estávamos trabalhando começamos a fazer oficinas, conhecer palhaços, conhecer malabaristas, conhecer atores. Conhecer mais um pouco do movimento de teatro de rua. E aqui para o Brasil, nós viemos por um grupo chamado LUMEN,.
Pé – Lá de Campinas.
D.M – É. E em especial com o Ricardo (colocar o nome completo do Ricardo e sua função no LUMEN) que é um palhaço, é um ator, a gente assistiu o trabalho dele no México e gostamos muito. Eu poderia falar que aqui do Brasil ele é uma referência para a gente.
Pé – Como é feito a direção do trabalho de vocês? É uma auto direção?
J.Z – É uma direção coletiva. Quando estamos em processo criativo às vezes nós solicitamos assistências. E depois o que a gente costuma falar, é que a direção é muito do público, da resposta do público.
Pé – O que funciona e o que não funciona.
D.M – É a gente diz, que quanto mais apresenta, mais ensaia. Nós podemos ensaia muito o que a gente faz.Mas na real não tem nada a ver depois o que a gente ensaia e o que acaba ficando como resultado final.
Pé – E por que espaços alternativos? É uma atitude política ou prática?
(Eles ficam se olhando para ver quem responde e decidem por Jorge)
J.Z – Eu acho que cada vez se assiste menos na sala. Cada vez menos… ,é meio complicado. Cada vez tem menos acessos a teatros. Se o público não vai para o teatro o teatro tem de ir para o público.
Pé – Além de espaços alternativos vocês tem trabalhos em Cadeias, FEBEM?
J.Z – Sim. Por que esses também são espaços bastante alternativos.
D.M – Aí eu acho também, aí acontecem coisas bem loucas. Eu me divirto mais fazendo em espaços assim do que em salas convencionais.
Pé – É uma escolha estética?
D.M – Também.
Pé – Além do La Mutante Varieté e do Mágica Merluza, quais sãos os outros trabalhos do grupo?
J.Z – Esses são os dois únicos espetáculos que nós montamos. Nós temos outros números circenses. Mas espetáculos só esses dois.
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2 Comentários para “Entrevista com o The Pambazos Bros.”
- 1 Pingback on abr 27th, 2008 at 12:21 pm
Otima reportagem! Linkei no meu blog.
Vou assistir o espetáculo La Mutante Varieté, amanhã.
Eles parecem otimos! abraço