“WELTSCHMERZ” Vol. I (Terral de Tristeza e Melancolia no Litoral)
4 Comentários Publicado por Olavo Dáda em 6 de julho de 2007 em Crônicas, Filosofia, Geral, Pensamentos.Coincidentemente, numa mesma semana, fui convidado pelos sites e comunidades com os quais colaboro freqüentemente a discorrer sobre o mesmíssimo tema: a emissora (golpista) de televisão venezuelana, cuja concessão acaba de vencer e não foi renovada pelo governo daquele país, conforme o que está estabelecido na Carta Magna da Venezuela (Atenção arautos da proto-burguesia, repito: conforme preconizado na Constituição!).
Produzi o texto sobre o tema e o remeti aos solicitantes. Cômico –se não fosse trágico-, mas não vi/li/ouvi ninguém estrilar contra as mais de duas e meia centenas de emissoras de rádio e tevê que não tiveram suas concessões renovadas (e/ou foram sumariamente fechadas) em países como EUA, Canadá, Espanha, Alemanha, Itália etc. Por que será?Mas, aqui neste espaço, decidi-me por uma outra pegada.
Fico estarrecido quando vejo gente conformista, dinheirista e outros “istas” do mal (já que também há os “istas” do bem –e eu sou um deles…). E quando testemunho gente ainda mais jovem do que eu entrando nessas, ai, ai, ai… Além de estarrecido, fico, como dizem no Ceará, “pasmo, apoplético, abobado”! E, ainda por cima, quando é gente do meio cultural, podem acrescentar uma decepção abissal.
Eu vi artista a favor das armas e de se armar
Eu vi artista a favor da “liberdade” de araque
Vender, da boca pra fora, o que lhe mandaram vomitar
“Hay que nada se cambiar”
Eu (juro!) que vi artistas que não querem mudar o mundo
Que não se importam com o saque secular
A teia que enredam pra te pegar
E bebi do desgosto profundo
A mulher grávida a fumar, enquanto embalava “un niño e una lata de birra”
A ética já não acirra, navega frouxa, impotente
Rumo contrário aos remansos vegetais, fractais simulacros de gente
(-a vida vem, realmente, em “layers”: as tais camadas incongruentes)
E os caras –fico puto!- ainda “te tiram” de inocente
“Cabrito bom num berra!” –reza o axioma popular
Sempre desconfiei de quem grita, assim como de quem chega de manso
(-e veja lá quem é que eles matam no “Black Tie”?)
De quem gosta demais de dinheiro (“num come e cabe no bolso…”)
“Qué coisa mió, seu dotô?”
Sim! Sempre!
Well, bien, bem, voltaremos ao tema no próximo Volume…
(em tempo: valeu, Ruy Castro)
Pegou pesado e muito bem
Gostei, confesso que fui contra a atitude de Chavez mas não tinha analisado por este ângulo e, muito menos tenho conhecimento sobre o que de bom esta emissora transmitia; sensibilizou-me mais, na verdade, a tristeza e o lamento dos funcionários. Entretanto, como bem disse você, nada que não esteja na Carta Magna venezuelana. Aliás, você sabe quando acaba a concessâo da Rede Globo de Televisão?
Olavo!!!!!
Matou a pau e mostrou a cobra.
Cara de sensibilidade o Elvio, né? Mais um Novo Praiano de coragem.
A propósito: a concessão Brasileira é de 20 anos. A última renovação que tive notícia, aconteceu quando o Toninho Malvadeza (vulgo Antônio Carlos Magalhães) era presidente do Congresso Nacional. Na época, a Globo (pasme) estava dando umas cutucadas no homem e ele avisou (ou ameaçou?), em pleno plenário, que a concessão dela estava próxima da data de renovação…
bjo grande e forte abraço.
pois é Olavo…vou roubar a frase do axioma..cabrito bom não berra!!!!
ótimo texto e sempre ajuda , a mim , pobre mortal,a manter-me longe da ignorância.
um abraço.